Autor e ilustrador do livro: "Os três ratos de Chantilly" Pulo do Gato: Você já tem muitos livros publicados como ilustrador. Recentemente iniciou também a sua carreira como autor, como é o caso deste nosso "Os três ratos de Chantilly". Fale um pouco sobre você.
Alexandre Camanho: Nasci na cidade de São Paulo em 6 de março de 1972. Junto comigo nasceu também um desejo incontrolável de desenhar. Depois de muito rabiscar, fui estudar desenho e gravura com o artista Evandro Jardim e mais tarde entrei no curso de Artes Plásticas da Universidade de São Paulo. Como ilustrador, tenho realizado trabalhos para jornais, revistas e diversas editoras. Recebi a menção Altamente Recomendável de Ilustração pela FNLIJ e tive livros aprovados em planos governamentais. Além de ilustrar livros para crianças e jovens, também participo de exposições e salões de arte.
Pulo do Gato: Quem se motivou primeiro na criação deste projeto, o autor ou o ilustrador? Ou os dois ao mesmo tempo?
Alexandre Camanho: "Os Três Ratos de Chantilly" é uma adaptação livre de um conto de tradição oral, anônimo, de nome "Os três cegos de Compiègne", que, assim como tantos do gênero, permeia o imaginário da humanidade. Depois de me deliciar com o conto original, comecei a imaginar uma outra versão e resolvi escrever uma variante improvisada e ilustrá-la com bico de pena, instrumento que serve tanto ao desenho como à escrita. De tal aproximação amorosa, nasceu este livro que você tem em mãos.
Pulo do Gato: Você deu ao conto original uma versão "fabular"em que os personagens são caracterizados como animais, aliás, como você também propôs quando ilustrou, para a Pulo do Gato, o conto Fritt-Flacc, de Júlio Verne.
Alexandre Camanho: Sim, mantive as características de um conto de esperteza, mas, neste livro, os três homens cegos se transformaram em três ratos cegos andarilhos, e o vilão na matreira coruja que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, com seu instinto maternal.
Pulo do Gato: Você costuma dizer que se sente algumas vezes um artista medieval. "Os Três Ratos de Chantilly" tem um ar de livro antigo, tanto na preservação das característica do gênero, como nas linguagens verbal e visual. Foi esse seu caminho norteador durante o processo de criação?
Alexandre Camanho: Foi sim. As ilustrações e o texto procuram evocar o tempo do “era uma vez”, convidando o leitor para revisitar a época em que as pessoas se reuniam diante da lareira crepitante para contar e recontar histórias.
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