Entrevista com o autor Leo Cunha na Revista Crescer Publicado por: Revista Crescer - novembro de 2016
Por Maria Clara Vieira
ERA UMA VEZ REAL Com a leveza de um curso d’água, o livro revela a vida do Rio Doce antes e após a tragédia ambiental ocorrida no ano passado, em Mariana (MG). Quem narra é o próprio rio, cheio de poesia. As palavras parecem dançar entre as delicadas ilustrações. UM DIA, UM RIO, TEXTO DE LEO CUNHA E ILUSTRAÇÕES DE ANDRÉ NEVES, PULO DO GATO, R$ 43,50. A PARTIR DE 4 ANOS.
ENTREVISTA
O ESCRITOR LEO CUNHA, AUTOR DE UM DIA, UM RIO, FALA À CRESCER SOBRE O SEU NOVO LIVRO. Por que escreveu sobre a tragédia?
Muitos dos meus alunos e amigos são de Mariana (MG). Fora isso, tenho uma relação afetiva com os rios em geral. A tragédia do ano passado tomou conta de mim, me incomodou demais. Fui à região e outros pontos do Rio Doce após tudo o que aconteceu.
O que quer passar aos leitores?
Queria contar o fato para as crianças de maneira poética, literária, sem ser didático. Procurei uma força simbólica e afetiva, sem o tom de denúncia. Para escrever, mergulhei na linguagem e pensei o rio como um personagem.
Por que abordar o tema com as crianças?
O livro tem a ver com meio ambiente, respeito, ganância, resistência. Vários assuntos dão margem a discussões. O papel da literatura é oferecer um material rico, em primeiro lugar, para curtir texto e imagens. Depois, nas leituras seguintes, deriva-se para outras reflexões. Quantos outros rios no Brasil também não estão sofrendo
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