Em “A Cruzada das Crianças”, desconhecidos se unem durante a Segunda Guerra na busca por um lugar seguro, comida e paz. Onde quer que haja guerra, há uma cruzada de crianças. Essa é a máxima que Bertolt Brecht (1898-1956) formula, em outros termos, ao transpor para a realidade da Segunda Guerra o drama da lendária narrativa medieval. A Cruzada das Crianças aparece pela primeira vez em Histórias de Almanaque, coletânea de parábolas, poemas e contos, incluindo as famosas Histórias do Sr. Keuner, que o autor publica no final doas anos 1940 na Alemanha.
O poema pertence a um extenso conjunto de textos que Brecht escreveu durante seus anos de exílio. Hannah Arendt chegou a considerar que este seria “o único poema alemão da última guerra” que perduaria. Sua contundência permanece, por isso a oportunidade da recente edição brasileira, na tradução de Tercio Redondo, com ilustrações da artista catalã Carme Solé Vendrell. Seguindo o formato da versão espanhola de 2011, com o traço de Solé Vendrell sangrado nas páginas, é uma edição que valoriza a dimensão épica dessa história de pequenos peregrinos, filos da guerra, que se unem para buscar a paz sem saber onde.
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Por: Mariana Ianelli – Especial para o Estado de S. Paulo
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